Eu e os super-heróis temos uma coisa em comum: a história de como tudo começou. Quando me perguntam como é que entrei no mercado imobiliário, tenho que voltar atrás no tempo, à sequência de eventos que me trouxe até aqui, hoje.
O meu primeiro emprego, ainda estava na faculdade, foi a vender lacticínios. O segundo, foi a vender sapatos. Nessa altura, comecei a conhecer bons profissionais de vendas, que eram excelentes comunicadores. E percebi que eu queria aquilo para mim.
Logo a seguir à faculdade, caiu-me no colo um convite para me juntar à equipa que estava para se tornar a REMAX Portugal. Por essa altura, eu já tinha aprendido alguma coisa e o meu nome chegou aos ouvidos do Manuel Alvarez, que hoje é um amigo.
Ora, este golpe de “sorte” foi agridoce. De todas as áreas de vendas, havia três que eu tinha aversão: automóveis, seguros e… o sector imobiliário. Havia uma má impressão generalizada das vendas e estes sectores, em particular, passavam a imagem do vendedor que fala muito, que não diz a verdade, que tem um esquema. Não havia grande credibilidade. Como carreira profissional, isso não me agradava.
Quando o Manuel Alvarez me apresentou o projecto, percebi que a realidade portuguesa ficava a anos-luz do que estava a ser feito nos EUA.
Na altura, era tradicional na imobiliária os vendedores terem um salário baixo e receberem comissões baixas. A REMAX entra no mercado a pagar 80% de comissão para o vendedor. Uma das coisas que me encantou na REMAX foi o facto de a empresa ter uma lógica de máxima compensação baseada no mérito, onde os melhores profissionais se podiam desenvolver sem limite.
O desafio do projecto e o potencial de crescimento dissolveram a minha resistência.
E é interessante perceber que foi a minha objecção ao mercado imobiliário que me deu o impulso para o querer transformar. Foi a minha aversão inicial que deu o mote para tornar o serviço ao cliente uma pedra basilar no Grupo Latina. Tinha a convicção de que, no estado em que estava o mercado, com grande necessidade de bons profissionais, trabalhar com códigos de ética e de conduta, recompensando os melhores, iria garantir sucesso rapidamente. Era uma oportunidade para revolucionar o sector e trazer dignidade e competência à profissão.
Não deitei nada fora. Todas as partes da minha história contribuíram para o homem que sou hoje, para a empresa que criei com a minha equipa. E isso fez toda a diferença.
Eu não sou um super-herói. Sou um homem que acredita que estamos aqui para servir os outros. Esta é a minha história. Qual é a tua?
Todos temos momentos na nossa vida que abrem caminho para os anos que se seguem. As histórias que contamos aos nossos colegas, aos nossos clientes, aos nossos filhos, servem de inspiração para as suas próprias narrativas. E essas narrativas têm um impacto na forma como vivemos os momentos futuros.
Numa história podemos não conseguir mudar os factos, mas podemos alterar a forma como a contamos. O mesmo caminho pode ser visto de uma forma possibilitadora ou castradora. E essa escolha é nossa.
A pergunta que deixo é: como é que TU estás a contar a tua história?