O ser humano em geral e o português em particular têm tendência para partilhar más notícias. Se falamos de futebol, é porque o árbitro fez asneira, se falamos do trabalho, é porque o salário é curto e o tempo não chega para fazer tudo o que é preciso.
Há pessoas que levam isto muito a sério. De manhã bebem um café e, com um ar desanimado, dizem que não dormiram nada bem nessa noite. Refilam quando chove e preocupam-se quando não chove. Estão sempre a queixar-se, e quando perguntamos «como estás?», a resposta varia entre «isto não anda nada bem» e um «vai-se andando».
Esta tendência reflete-se à nossa volta: as histórias que vendem na comunicação social são pessimistas, negativas, cheias de drama. Quanto mais sangue e desgraças, melhor. O enviesamento para o negativo é um fenómeno conhecido: as coisas negativas têm um peso maior no estado psicológico das pessoas do que as positivas ou neutras.
Mas ao mesmo tempo sabe-se que o stress continuado enfraquece o sistema imunitário, causa ansiedade, dificuldades de concentração, irritabilidade… a lista continua. É talvez por isso que sentimos necessidade de dosear o tempo que passamos com pessoas que vêem tudo negro, mesmo quando é alguém de quem gostamos muito. É como se a nossa energia fosse sugada pelo fluxo ininterrupto de más notícias.
Por outro lado, há pessoas que nos fazem bem, que nos aquecem a alma. São pessoas que no dia mais cinzento encontram um raio de sol para partilhar com o mundo. São pessoas que mesmo quando as desgraças lhes batem à porta conseguem não se afundar no pântano da autocomiseração e da lamentação, e ainda perguntam «como estás tu hoje?».
Entre um extremo e o outro há uma escala de cinzentos. E se pensares na tua última semana, nas conversas que tiveste com os colegas e clientes, com a família e amigos, onde é que te posicionas? Estás mais próximo da luz ou da escuridão?
E se pudesses escolher, de que lado é que gostarias de estar?
Eu trago boas notícias: tu podes escolher. Mesmo que penses que o teu temperamento natural é mais sombrio, tu podes escolher. Podes experimentar passar um dia sem te queixares, dois dias, um mês. De toda a informação que te chega ao longo do dia, podes escolher partilhar as histórias que sabes que vão fazer sorrir ou outros, que vão espalhar uma energia positiva.
Uma atitude positiva atrai resultados positivos, inspira quem está à nossa volta e transforma obstáculos em desafios a serem ultrapassados: um bom ambiente de trabalho é um dos melhores caminhos para melhorar os resultados de uma equipa.
Og Mandino disse «Um sorriso é o presente mais barato que posso dar a alguém e ainda assim tem o poder de conquistar reinos». Numa altura como esta, em que vivemos mergulhados em notícias da pandemia, precisamos de mais elementos positivos na nossa vida. E se tu fosses a pessoa que tem sempre um sorriso para os outros? E se tu fosses a pessoa que partilha sempre boas notícias?
