Conexões digitais

Conexões digitais
“Se antes viajávamos uma vez por ano para a reunião de brokers em Minas Gerais, com o confinamento passámos a reunir todas as semanas.”

O trabalho na expansão da RE/MAX no Brasil fez com que tivesse passado os últimos dois anos a atravessar o Atlântico com regularidade, para reunir com os colegas e dar formação, até ao momento quem que a pandemia de Covid interrompeu todas essas actividades.

Numa altura em que Portugal começava a aliviar as medidas de confinamento e em que o Brasil ainda estava longe de chegar ao pico de contaminações por Covid, fui convidado pela Fábia Quaresma, Broker/Owner na RE/MAX Horizontes, para uma conversa ao vivo no instagram. Foi um óptimo pretexto para matar saudades dos colegas brasileiros, que se juntaram a nós no live.

A conversa com a Fábia foi também um momento de reflexão sobre as mudanças que esta situação trouxe ao negócio. Percebemos que bastaram dois meses para que se materializassem mudanças radicais na forma como comunicamos. Mas, ao contrário do que seria de esperar, constatámos que o afastamento físico não restringiu a comunicação entre as pessoas.

As ferramentas de comunicação digital permitiram que, mesmo isolados, mantivéssemos o contacto. Mais do que isso, as plataformas digitais trouxeram flexibilidade e agilidade à nossa comunicação. Se antes viajávamos uma vez por ano para a reunião de brokers em Minas Gerais, com o confinamento passámos a reunir todas as semanas, o que permitiu um acompanhamento muito mais próximo numa fase crítica.

Por outro lado, a passagem das formações para o formato digital trouxe melhorias significativas, sobretudo nas franquias mais dispersas no território. Os nossos agentes começaram a ligar-se mais, começaram a chegar a mais clientes.

Nestes dias de pandemia, nós fomos mudando, como empresa e como pessoas. Na RE/MAX Latina adaptámo-nos rapidamente, reinventámos o negócio, encontrámos novas ferramentas, novas formas de nos conectarmos, novas formas de encontrar clientes, de fazer negócio. E passados dois meses difíceis, o negócio começou a voltar, com tranquilidade.

Quase no final da conversa, a Fábia pediu-me três dicas de ouro.
Pensando no que me faz ir atrás dos meus objectivos, no que me faz continuar, em tempos de bonança ou de tempestade, partilhei três princípios que funcionam comigo há muitos anos:

• Paixão

Faz o que amas. A vida é muito curta, passa num instante. Passar oito a dez horas por dia a trabalhar em algo que não gostamos é um inferno.

Eu tive sorte. A RE/MAX é um dos amores da minha vida. Trabalho com muita paixão. Aliás, tenho que ter cuidado em equilibrar o meu tempo, porque ainda hoje facilmente trabalho dezasseis horas por dia. Amo tanto o que faço que não me canso.

Se há alguém que está na RE/MAX, ou em outro sítio qualquer, e não está apaixonado, o meu conselho é que se apaixone. Porque nós podemos apaixonarmo-nos. Podemos pensar que houve um momento em que alguém idealizou aquele trabalho. Alguém se sentou a uma mesa de esplanada e sonhou. Alguém disse «E se fizéssemos isto?». Podemos ir beber desse entusiasmo inicial. Podemos ir conhecer a história da empresa, ler livros. Podemos fazer formações, podemos estudar os valores que estão por trás do que fazemos, o significado maior do que fazemos. É assim que nos apaixonamos. E o trabalho é muito mais fácil, é muito mais divertido, muito mais saboroso, se for feito com paixão.

• Capacidade de perdoar

Errar é uma condição de ser humano. De nada serve ficarmos em sofrimento, por nos culparmos, ou ficarmos rancorosos, ao culparmos outra pessoa.

As emoções negativas corroem-nos pouco a pouco. Muitas vezes, o problema deixa de ser o erro, e passa a ser aquele nó de que não nos sabemos livrar, e que contamina as relações com os outros e connosco próprios.

Eu viro bicho quando estou zangado, mas dura pouco tempo. No dia seguinte, já passou, já perdoei, já está tudo bem. Desaparece o rancor, a irritação, o desapontamento. São bagagens que eu me recuso a carregar e que não fazem falta nenhuma. Pelo contrário, só atrapalham. Sem elas, a vida torna-se mais leve.

• Trabalho, esforço, dedicação

Gosto de ir à luta pelo prazer das vitórias. Quando me esforço a sério, a compensação é incrível. O sentimento de realização, de orgulho, de felicidade, são como drogas. Drogas sem efeitos secundários. O trabalho fácil, estar sentado no sofá o dia todo, não me dá prazer. O prazer da conquista, que é viciante, consigo-o com esforço, com empenho, com disciplina.