O número na balança

O número na balança
Qualquer que seja o teu objetivo maior, qualquer que seja o sítio aonde queres chegar, vais encontrar obstáculos que te desviam do caminho.

 

Eu como quando fico ansioso – é uma das minhas fraquezas. No ano que passou, a complexidade e a incerteza da pandemia trouxeram-me ansiedade extra, que se converteu em quilos a mais. Apesar de treinar quatro a cinco vezes por semana, sinto-me pesado e longe da saúde que quero ter.

O fenómeno é simples: como mais do que preciso. E não acontece por acaso ou por destino, não é por acidente que eu como um bife ou que abro uma garrafa de vinho. Tenho consciência de que qualquer que seja o gatilho, qualquer que seja a emoção que me provoca a vontade de comer, o momento em que passo da vontade à ação é da minha responsabilidade. São as escolhas que eu faço em cada momento que definem os resultados que vou ter na minha saúde.

A balança tornou-se um espelho desta luta. Como sei que o número que aparece pode não me agradar, adio o momento de me pesar. Hoje de manhã pesei-me e estava 14 kg acima do meu objetivo. Fiquei tão incomodado que treinei quase duas horas de manhã e comi uma salada ao almoço – e sei que logo à noite vou jantar bem.

Nos últimos tempos percebi que a balança é o que mais me ajuda a manter a constante lembrança do meu objetivo – e a fazer melhores escolhas. Acredito que se eu me pesar todos os dias, se tiver a coragem de todos os dias ver em que ponto é que eu estou, qual é o resultado que estou a ter, vou estar no caminho certo para resolver o meu desafio com a saúde.

O valor que aparece na balança dá-me pistas para perceber se a estratégia que estou a implementar está a resultar ou se preciso de fazer ajustes.

Não é fácil perder peso, não é fácil ter persistência, manter a motivação quando estamos a tentar atingir um objetivo. Qualquer que seja o teu objetivo maior, qualquer que seja o sítio aonde queres chegar, vais encontrar obstáculos que te desviam do caminho.

Algumas dificuldades vêm de fora, circunstâncias difíceis, contextos desafiantes, mas muitos desafios vêm de dentro. Há emoções e (re)ações que uma e outra vez te puxam para trás, te colocam mais longe dos teus objetivos – talvez fiques preguiçoso quando estás aborrecido, talvez adies qualquer ação quando tens medo de falhar.

A vida é feita de desvios, mas se sabes onde estás em cada momento – e se sabes aonde queres ir, podes ir ajustando a rota. Num voo, em que o avião está constantemente a desviar-se da rota, é o sistema de GPS que vai medindo e ajustando a direção.

Quando só vais à balança de mês a mês, como eu estava a fazer, os resultados são drásticos. Se um avião estiver duas ou três horas sem medir a sua posição, o desvio na rota será tremendo e provavelmente não chegará ao seu destino.

Nas vendas, e em particular no ramo imobiliário, ajuda muito saber os números, saber os resultados em cada momento – o número de transações, de angariações, saber quantas horas estás a trabalhar, quantos telefonemas fazes, quantos cartões entregas em cada dia. Essa é a tua balança.

Saber em que ponto estás em cada momento permite medir o progresso e ajustar a direção, ganhando consciência de áreas que requerem mais esforço, mais formação ou uma nova abordagem. E ver os números a avançar para perto dos teus objetivos dá-te uma motivação extra. Eu sei que vou passar a olhar mais vezes para a balança e que esses trinta segundos vão alimentar a minha determinação em ter mais saúde.