Pára de arranjar desculpas

Pára de arranjar desculpas
“Percebi que quando quero mudar o mundo, quando quero mudar os outros, tenho que me mudar a mim próprio. Percebi que posso mudar os meus filtros, a forma como vejo e reajo às situações.”

Duas pessoas estão numa escada rolante que sobe num edifício vazio. A certa altura a escada para e estes dois estranhos olham um para o outro sem saber o que fazer. Gritam, refilam, pedem ajuda. Desanimados, sentam-se nos degraus da escada rolante e esperam.

Se esta cena se passasse num elevador, ninguém estranhava, mas numa escada rolante a situação torna-se cómica, quase irritante. Ficamos impacientes com a ideia de que estas duas pessoas nem por um momento pensam em subir ou descer as escadas pelo próprio pé.

Costumo passar este vídeo nas formações de liderança, porque reflecte momentos da minha vida e da vida de muita gente que eu conheço.
Todos nós já ficámos parados à espera que alguma coisa acontecesse. Ficamos parados quando acreditamos que a causa do problema está fora do nosso controlo, longe da nossa influência. Ficamos parados quando cremos que não somos responsáveis pela situação em que nos encontramos.

Nesses momentos refilamos com os obstáculos, dizemos que é uma injustiça, apontamos o dedo a quem devia estar a fazer alguma coisa ou esperamos que o Universo nos dê uma resposta.

Mas se eu não vejo o mundo como ele é, mas como eu sou , as situações aparecem-me através do crivo da minha mente. Outra pessoa terá uma perspectiva diferente. As crises não são como são, são como nós as vemos.

Esta ideia é revolucionária e mudou a forma como eu interajo com o mundo. Percebi que quando quero mudar o mundo, quando quero mudar os outros, tenho que me mudar a mim próprio. Percebi que posso mudar os meus filtros, a forma como vejo e reajo às situações. Posso ressignificar acontecimentos e crescer com eles, e levar outros a crescer comigo.

A mudança acontece quando, em vez de te lastimares as consequências, decides analisar as causas e assumir a responsabilidade pela parte que te toca. E há sempre, sempre, uma parte que te toca, nem que seja a forma como falas (ou não) sobre o assunto, se dás o exemplo, se defines claramente os teus limites na relação com os outros ou se deixas emoções tomarem conta de ti.

O poder pessoal surge de um equilíbrio dinâmico entre conheceres e aceitares a pessoa que és e a capacidade de te transformares na pessoa que queres ser. E se em todas as situações há uma parte que te toca, podes parar de arranjar desculpas e assumir esse poder, ou ficar preso nas escadas rolantes.