A vida de um consultor imobiliário é dura, principalmente para quem ainda está a ganhar experiência. Há muitos consultores que desanimam no primeiro ano – mas há muitos que não desistem, venha o que vier. O que é que os distingue?
Todos os dias acordamos, trabalhamos, namoramos, brincamos, descansamos.
Passamos horas em actividades que nos evitam tristezas e nos trazem alegrias. Escolhemos uma carreira, dedicamo-nos a ela, cheios de entusiasmo. Depois aparecem os primeiros obstáculos, os primeiros problemas, os dias em que o que nos apetece é ficar em casa a preguiçar em frente a um ecrã, em que nos parece insuportável a ideia de fazer mais um telefonema, de ter mais uma reunião.
O que é que fazemos para continuar, nos dias mais cinzentos, quando tudo parece perdido? Como ganhamos a resiliência necessária para resistir aos nãos, às portas fechadas, aos dias que começam sem a certeza de como vão acabar?
Nietzsche disse que se tivermos um propósito na vida, podemos lidar com quase qualquer como. Saber porque é que fazemos o que fazemos é uma arma poderosa contra o desalento.
Por isso, os momentos em que nos perguntamos «Porque raio é que eu me meti nisto?» podem ser momentos de revelação. Podem ser momentos em que nos perguntamos «Porque é que eu estou aqui?».
Para a maioria das pessoas, quando se fala de trabalho, a resposta é óbvia: estou aqui porque preciso de pagar as contas ao fim do mês, estou aqui porque quero assegurar o meu futuro e o dos meus filhos. Mas quando esgravatamos um bocadinho, percebemos que há outras ideias, outras emoções, que nos fazem continuar. Tudo o que fazemos tem uma motivação: uma ideia, um sentimento, uma inquietaçãoque nos faz mexer, avançar, que nos faz levantar de cada vez que caímos.
Quando eu comecei nesta vida, o que eu queria era ganhar o meu primeiro milhão. Eu achava que era isso que eu queria. Mas as muitas horas de trabalho que eu dediquei a esse objectivo tiveram um custo – o trabalho estava-me a roubar o tempo com a minha família.
Como diz Simon Sinek, fazer dinheiro é um resultado, não é um propósito. Podemos ir mais fundo e pensar no que é que nos faz levantar em cada manhã e fazer o que há para fazer.
Cada pessoa vai ter uma resposta diferente. O que me motiva pode ser a paz de espírito que vem da segurança financeira. Pode ser o reconhecimento dos colegas pelos resultados que consigo, mês após mês. Pode ser a autonomia, a liberdade de poder fazer as coisas à minha maneira, no meu tempo. Pode ser poder ir buscar os meus filhos à escola todos os dias.